segunda-feira, 30 de maio de 2011

Assédio Moral no Trabalho

Um assunto em destaque no cenário mundial pela OIT - Organização Internacional do Trabalho, vem tomando vulto e merece ser citado, o assédio moral.
O assédio moral, geralmente usa de uma relação de subordinação de um com o outro, mesmo que essa relação não esteja totalmente visível e ou delimitada, ou seja, cônjuges, amigos, parentes e até no trabalho, local que a subordinação é mais facilmente visível. 
Quanto ao trabalho, objeto de referência neste artigo, infelizmente ocorre todos os dias em cargos públicos e privados.

Geralmente as provas são testemunhais e quem está trabalhando com a vítima, muitas vezes não quer testemunhar em desfavor do seu local de trabalho, obviamente, para resguardar seu emprego ou o lugar e ou posição que mais lhe agrade trabalhar naquele momento.
Na esfera trabalhista, tramitam ações que além da causa trabalhista propriamente dita, os causídicos peticionam ao Juiz do Trabalho o reconhecimento do assédio moral, o qual é passível de indenização.
Na esfera pública, no âmbito do Direito Administrativo, por meio dos órgãos correicionais, não tardam tais ações para apuração de infração administrativa.
O assédio moral caracteriza-se por uma humilhação no trabalho que ocorre de maneira vertical e horizontal. Verticalmente caracteriza-se por relações autoritárias e não éticas, predominando os desmandos, a manipulação do medo, a competitividade, os programas de qualidade associado a produtividade. De maneira horizontal, relaciona-se à pressão para produzir com qualidade e baixo custo.
O medo de perder o emprego e não voltar ao mercado formal favorece a submissão e fortalecimento da tirania, como também em casos de emprego público, a constante ameaça de transferência para um outro local de trabalho, geralmente não de acordo com o que a vítima almeja. O enraizamento e a disseminação do medo no ambiente de trabalho, reforça atos individualistas, tolerância aos desmandos, sustentando a cultura do contentamento geral e fofocas. Trabalhadores adoecidos ocultam a doença e trabalham com dores e sofrimentos, os sadios que não apresentam dificuldades produtivas, mas que vivem na incerteza de vir a tê-las, mimetizam o discurso das chefias e passam a discriminar os "improdutivos", provocando indiferença ao sofrimento do outro. 
Esses trabalhadores passam pelo sentimento de inutilidade e coisificação, gerando descontentamento e falta de prazer no trabalho.
Demonstrar o assédio moral no trabalho é contribuir com o exercício de todas as liberdades fundamentais garantidas na Constituição Federal de 1988 no Brasil, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na democracia em geral.
É sempre positivo que associações, sindicatos e pessoas sensibilizadas individualmente intervenham para ajudar as vítimas e para alertar sobre os danos à saúde deste tipo de assédio.
O agressor na maioria das vezes é o responsável direto pela vítima pedir demissão (na esfera privada) ou exoneração (na esfera pública) ou ainda, ser demitida, frequentemente alegando insubordinação.
O individualismo exacerbado reduz as relações afetivas e sociais no local de trabalho, gerando uma série de atritos, não só entre as chefias e os subordinados, como também entre os próprios subordinados
As frases discriminatórias usadas pelo agressor diretamente à vítima ou em fofocas em relação à esta, geralmente são:


  • Você é mesmo difícil. Não consegue aprender as coisas mais simples! Até uma criança faz isso... e só você não consegue!







  •  É melhor você desistir! É muito difícil e isso é pra quem tem garra!! Não é para gente como você!







  • Não quer trabalhar... fique em casa! Lugar de doente é em casa! Quer ficar folgando... descansando.... de férias pra dormir até mais tarde....







  • Se você não quer trabalhar... por que não dá o lugar pra outro?







  • Teu filho vai colocar comida em sua casa? Não pode sair! Escolha: ou trabalho ou toma conta do filho!







  •  Ou você trabalha ou você vai a médico. É pegar ou largar... não preciso de funcionário indeciso como você!







  •  Reconheço que foi acidente... mas você tem de continuar trabalhando! Você não pode ir a médico! O que interessa é a produção!







  •  É melhor você pedir demissão... Você está doente... está indo muito a médicos!







  •  Para que você foi a médico? Que frescura é essa? Tá com frescura? Se quiser ir pra casa de dia... tem de trabalhar à noite!







  •  Se não pode pegar peso... dizem piadinhas "Ah... tá muito bom para você! Trabalhar até às duas e ir para casa. Eu também quero essa doença!"







  •  Não existe lugar aqui pra quem não quer trabalhar!







  •  Se você ficar pedindo saída eu vou ter de transferir você de empresa... de posto de trabalho... de horário...







  •  Seu trabalho é ótimo, maravilhoso... mas a empresa neste momento não precisa de você!







  •  Como você pode ter um currículo tão extenso e não consegue fazer essa coisa tão simples?







  •  Ela faz confusão com tudo... É muito encrenqueira! É histérica! É mal casada! Não dormiu bem... é falta de ferro!







  •  Vai ver brigou com o marido (a mulher)!







  • Os trabalhadores adeptos desta maneira de ser e crescer no trabalho subjulgando os outros, com o constante estudo do tema e aplicação pelos Magistrados e operação pelos causídicos, tendem a ser desmascarados e colocados em seu devido lugar, pois a empresa, o Estado ou União condenados pelo assédio moral, tem direito à ação regressiva em desfavor de seu empregado ou servidor, respectivamente e ainda sanções administrativas.







  • Este tema merece estudo mais amplo e elevado, abaixo seguem as fontes consultadas para  a elaboração deste artigo. 





  • Fontes:

    Livro: Assédio Moral no Ambiente de Trabalho - Jorge Luiz de Oliveira da Silva


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